sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

MULHERES DA REFORMA 

Natal na família Luther


    Neste tempo de Advento e preparação para o Natal, lembro que a redescoberta da importância teológica do Natal é uma recuperação do movimento da Reforma. O casamento de Catarina com Lutero acrescentou novas perspectivas teológicas ao movimento da Reforma. Lutero escreveu lindos hinos lembrando a história do nascimento de Jesus, como podemos ver em nosso hinário, por exemplo, em “Eu venho a vós dos altos céus” (HPD 15), escrito em 1534/1535. O próprio Lutero deu a este hino o título:
    Uma canção para crianças a respeito do Natal de Cristo. Existem indícios de que Lutero tenha composto este hino em homenagem aos seus filhos e filhas. Catarina e Lutero tiveram seis crianças: João, Elisabete (falecida), Madalena, Martin, Paulo e, no dia 17 de dezembro de 1534, nasceu Margarete.
    Antes do movimento da Reforma, as crianças eram presenteadas no dia de São Nicolau e não no Natal. Em muitos países ainda hoje é assim. As crianças são presenteadas no dia 6 de dezembro (Dia de São Nicolau). O movimento da Reforma colocou a centralidade em Jesus e tudo deveria conduzir a Cristo e, desta forma, também os santos perderam o seu crédito. Por isso, Lutero recupera a festa do Natal em contraposição ao dia de São Nicolau.
    O tempo de Advento também era considerado pelo reformador como um tempo de preparação, de jejum, onde não se comia doces ou comidas especiais. Lutero entende que a criança na manjedoura é o grande presente de Deus para toda a humanidade.
    Desta forma, o movimento da reforma introduz um novo significado para o dar e receber presentes. Se nós nos presenteamos no Natal é porque Deus nos presenteou com o grande presente, o envio do seu filho Jesus Cristo. 
    A historiadora Elke Strauchenbruch lembra, no seu livro “Natal na família Lutero”, que Catarina e Lutero também presentearam seus filhos e filhas. Eles lhes davam presentes em três momentos diferentes no tempo do Natal: no dia de São Nicolau, na noite de Natal e no dia de Ano Novo. Entretanto, devemos lembrar que eram pequenos presentes, como doces, bolachas, roupas novas ou um pequeno brinquedo (na maioria das vezes feito de madeira). Catarina e Lutero com suas crianças celebravam o Natal em comunidade, na Igreja. Há também indícios de que a família Lutero criou, após o culto, a festa do Natal familiar, onde também o encontro da família tornou-se e é, sem dúvida,  um momento muito importante no fortalecimento dos laços de amor, paz e  alegria.

Dra. CLAUDETE BEISE ULRICH 
Coordenadora de estudos na Academia de Missão na Universidade de Hamburgo, Alemanha. 
Fonte: JORNAL O CAMINHO 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Mulheres da Reforma

Mulheres na Reforma

por Ruthild Brakemeier

“Nenhuma Reforma sem o apoio das mulheres” – Essa afirmação do historiador Martin H. Jung pode parecer exagerada, mas, quanto mais a pesquisa histórica avança, contemplando também as mulheres, mais ela convence.

As poucas mulheres que aqui podemos mencionar mostram o quanto foram importantes na divulgação da teologia da Reforma. Elas deram um testemunho corajoso, não só porque leram escritos de Martim Lutero e outros reformadores, mas também a própria Bíblia.

Um exemplo é Árgula von Grumbach, que, aos 10 anos de idade, recebeu de seu pai uma Bíblia alemã. Isso foi em 1502, e Martim Lutero ainda não havia traduzido a Bíblia para o dialeto que se tornou a língua oficial na Alemanha. Mas já havia traduções para outros dialetos.
Árgula lia com muita dedicação sua Bíblia. Assim pôde argumentar a partir dela ao escrever uma carta aos professores da Universidade de Ingolstadt para defender um jovem professor que fora expulso por transmitir doutrinas de Filipe Melanchthon.

No início da carta, ela citava Mateus 10.32: “Todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus”. Para ela, não havia dúvida de que também as mulheres estavam aqui incluídas. Em sua carta, propôs um diálogo com os professores, príncipes governantes e quem quisesse participar, pedindo que justificassem com argumentos bíblicos a condenação do jovem professor.

Ciente de que os professores não se sentiriam livres para discutir com uma mulher, lembrava aos professores na carta que também Jesus falara com mulheres. Ousada, escreveu: “Caso acontecesse que Lutero se retratasse, o que Deus queira impedir, isso não me deverá afetar. Pois não me firmo na sua, nem na minha inteligência, nem na de outra pessoa, mas unicamente na rocha verdadeira, o próprio Cristo”.

Os professores não lhe responderam. Mas a sua carta foi impressa pelos adeptos da Reforma. Em dois meses, ela foi editada treze vezes. Na capa do folheto encontrava-se uma figura mostrando como ela, sozinha, enfrentara um grande número de pessoas eruditas, com o dedo nas Sagradas Escrituras.

A carta aos professores não foi a única publicação de Árgula. Em 1523 e 1524, foram editados mais sete de seus escritos, alcançando um total de 30.000 exemplares.

O perigo de ser mulher – Quem se manifestava a favor das ideias da Reforma corria o risco de ser punido por autoridades eclesiásticas e civis, visto que Estado e Igreja formavam uma unidade. Era até proibido ler escritos dos reformadores. Se isso já valia para os homens, muito mais para as mulheres.

Jesus havia rompido com conceitos que discriminavam e desvalorizavam a mulher. Porém eram fortes demais certas concepções, como as do filósofo Aristóteles, que havia afirmado: “A mulher é o homem incompleto, um ser passivo e receptor, cuja única função é a reprodução”. A isso se acrescentava a crendice de que a mulher é facilmente dominada pelo diabo.
Um resultado foi a perseguição às bruxas, que ganhou força depois que a prática foi reconhecida por uma bula papal em 1484. Acredita-se que, durante aproximadamente 200 anos, o total de mulheres mortas, acusadas de bruxaria, chegou a um milhão. A maioria delas foi torturada e queimada viva em praça pública.

A libertação da mulher pela Reforma – A teologia da Reforma protestante deu mais uma vez às mulheres a possibilidade de se sentir livres para manifestar-se em público. Lutero acentuava o “sacerdócio geral de todos os crentes” e recomendava a leitura da Bíblia. Mulheres como Árgula von Grumbach, Catarina Zell e muitas outras liam a Bíblia e os escritos de Lutero sentindo-se aliviadas e encorajadas a manifestar-se também.

Catarina Zell, casada com o sacerdote de Estrasburgo, que com ela aderiu ao movimento da Reforma, expressou esse alívio assim: “Senti-me como se alguém me puxasse da terra, do inferno atroz e amargo para o lindo e doce reino dos céus”. Uma passagem bíblica que lhes dava força era Joel 2.28, citado no livro de Atos 2.17, onde o profeta diz que chegará o dia em que também as filhas receberão o Espírito de Deus e profetizarão.

Catarina Zell viveu concretamente a sua fé. Na hora do sepultamento de seu marido, sentiu-se motivada a pregar. Vendo que isso gerou polêmica, justificou-se escrevendo que não pretendia o ministério do pregador ou do apóstolo. Mas, “assim como a querida Maria Madalena, sem intenção premeditada, tornou-se uma apóstola, por ter sido impelida pelo próprio Senhor a comunicar aos discípulos que Cristo ressuscitou, assim eu fiz”.

RUTHILD BRAKEMEIER é diaconisa em São Leopoldo (RS), Brasil.

FONTE: Revista NOVOLHAR - Ano 11- Edição 53 
Setembro e outubro de 2013
São Leopoldo-RS



terça-feira, 22 de outubro de 2013

Mujeres da la Reforma

MUJERES DE LA REFORMA

Mujeres impresionantes de la Reforma



Con demasiada frecuencia, los libros de texto se centran exclusivamente en los hombres de la Reforma, Lutero , Calvino , Cranmer y otros-y no toman nota de las fieles mujeres que sirvieron, entre, al lado, y con los reformadores.

Estas mujeres se dedicaron al evangelio de Jesucristo, algunas hasta el punto del martirio. Muchas de estas mujeres eran bien educadas, sobre todo para el nivel de su época. Leían libros de teología, especialmente la Biblia, y todo lo que pudieran conseguir de los reformadores. Sus círculos íntimos de amigos formaban parte de los estudios bíblicos largos y frecuentes. La mayoría eran esposas y madres. Algunas eran también autoras, apologistas, ex monjas y reinas. Todas eran fieles servidoras de Jesús.

ALEMANIA

Katharina von Bora  fue un ex monja que se casó con Martin Lutero . Estuvieron casados durante 21 años y tuvieron seis hijos. Su lengua rápida, humor, y la terquedad igualada a la de Martin, no fue poca cosa. Dirigía su hogar (que con frecuencia estaba lleno de estudiantes), tenía un gran jardín y ganado, faena, una granja, y funcionaba una fábrica de cerveza. Ella también administró su propio dinero y se hizo cargo de su extensa familia. Martin la llamó "Mi Señor Katie".

Katharina Schutz Zell  se casó con Mateo Zell de Estrasburgo y ministró en equipo con su marido. Desarrolló los ministerios de la mujer y publicó un libro de los Salmos para que las mujeres cantaran. Jugó un papel principal en la organización de socorro de 150 hombres exiliados de su pueblo a causa de su fe, y escribió exhortaciones bíblicas a las esposas e hijos abandonados. Durante la guerra de los campesinos, organizó Estrasburgo para hacer frente a 3.000 refugiados durante un período de seis meses.

Ursula von Münsterberg  (1491 - 1534) era la nieta del rey Jorge Podiebrad de Bohemia. Ursula era monja en un convento en Freiberg, Sajonia. Lideró un intento para traer a un capellán que estaba familiarizado con Lutero e introdujo libros de contrabando en el convento. Debido a esto, se vio obligada a huir de su convento en 1529, tras lo cual se quedó con la familia de Lutero.

Argula von Grumbach  era una mujer de la nobleza bávara que cuestionó fuertemente la capacidad de la Universidad de Ingolstadt para debatir sus puntos de vista reformados. Sus cartas fueron ampliamente publicadas.

Anna Rhegius nació en Augsburgo en 1505. Tenía una buena educación, que incluyó el estudio del hebreo, lo que le permitió  discutir escritos bíblicos  de gran profundidad.

Elisabeth von Braunschweig se casó a los 15 años. Después de diez años de casada, su madre visitó a Elisabeth e invitó a un pastor luterano a predicar. Al año, Elisabeth se convirtió y decidió criar a su hijo como un luterano. Después de la muerte de su marido, escribió un libro con la finalidad de consolar a las viudas, acompañándolas a través del proceso de duelo.

Elisabeth Cruciger era de Pomerania y pasó un tiempo en el convento en Treptow en Rega. Dejó el convento en 1522 o 1523 y se casó con Caspar Cruciger en 1524, que marcó la primera boda oficial protestante. Era amiga de Katie Lutero, Elizabeth estuvo involucrada en las discusiones teológicas en "Conversaciones de mesa” con Lutero y con Felipe Melanchton, que la consideraba una mujer brillante. Escribió el primer himno protestante en 1524, lo cual creó controversias ya que las mujeres no eran por lo general  compositoras en esos días.


FRANCIA Y LOS PAÍSES BAJOS

Jeanne d'Albret era la reina de Navarra y un líder influyente del movimiento de los hugonotes en Francia. Invitó a predicadores reformados a hablar en su tierra y declaró públicamente su adhesión al calvinismo en 1560. Sin embargo dejó en claro  que ella seguía "Beza, Calvino y otros sólo en la medida en que siguieran las Escrituras”. Trató de reducir la brecha entre católicos y protestantes y de llevar la paz cuando las guerras empezaron a estallar. De hecho, mientras fue protestante, ella continuó permitiendo la misa que tenía lugar en su tierra, negándose a castigar a los católicos que no se convirtieron al protestantismo.

Ursula Jost era una influyente mujer anabaptista de Estrasburgo, que escribió un libro  relatando sus visiones proféticas del inminente juicio de Dios que vendría sobre la gente de su ciudad.

Idelette de Bure  era una viuda con tres hijos cuando se casó con Juan Calvino . Uno  de los hijos pequeños de la pareja murió y abortó otro. En el proceso, Calvino, que hablaba poco de su vida de casado, estuvo profundamente conmovido. Su relación ablandó su corazón profundamente.

Marie Dentière (c. 1495-1561) era de ascendencia flamenca de una familia de la pequeña nobleza. Formó parte de un monasterio agustino en Tournai, que luego abandonó después de abrazar las enseñanzas de los reformadores, un crimen contra la Iglesia y el Estado. Huyó a Estrasburgo y se casó con Robert Simon, que había sido sacerdote en Tournai, convirtiéndose en su asistente en su objetivo de extender la reforma a la zona situada al este de Ginebra. Después de la muerte de su marido se casó con Antione Froment, un seguidor del reformador William Farel. Marie escribió un panfleto anónimo destinado a convencer a los ginebrinos de las intenciones de Dios para su ciudad. También habló en tabernas públicas y en las esquinas. Fue tal el éxito que Ginebra al poco tiempo se convirtió en una república protestante. También escribió un libro que cuenta la historia de la Reforma Ginebrina.

INGLATERRA

Jane Grey escribió cartas al reformador Heinrich Bullinger a los 14 años. Como reina, Jane luchó contra los intensos esfuerzos para convertirla a Roma cuando tenía 16 años. Ella se resistió con el razonamiento teológico y la enseñanza bíblica en contra de un profesor de teología que le doblaba la edad.

Catalina Willoughby se convirtió en la duquesa de Suffolk en 1533 y se relacionó con Jane Grey. Ella protegía al obispo predicador Hugh Latimer de la persecución hasta que las cosas se hicieron tan insoportables para ella que, para salvar su vida, huyó a los Países Bajos con su bebé. Se vio obligada a exiliarse por ser partidaria de la Reforma.

ITALIA

Olimpia Fulvia Morata fue una erudita italiana nacida en Ferrera como la hija mayor de un humanista erudito, que, después de haber sido obligada a huir de su ciudad al norte de Italia, dio una conferencia sobre las enseñanzas de Calvino y Lutero. Olimpia floreció en sus estudios, sobre todo en latín y griego, exhibiendo una erudición impecable. Escribió diálogos latinos, poemas griegos y cartas a los dos investigadores (en latín) y a las mujeres menos educadas (en italiano). En su "Diálogo entre Theophilia y Philotima", animó a  los que temían que sus graves pecados obstruyeran su camino hacia Dios: 
"No tengan miedo ... Ningún  olor de pecadores puede ser tan asqueroso que su fuerza no pueda ser rota y debilitada por el dulce olor que fluye de la muerte de Cristo, que sólo Dios puede perfumar. Por lo tanto busquen a Cristo".

Todas estas mujeres ansiaban ver el triunfo de la Reforma, y la buena noticia del Evangelio, superar la oposición tanto en la iglesia como fuera de ella. Sirvieron con paciencia, perseverancia y coraje. No eran sólo observadoras de la Reforma, eran también participantes. Por otra parte, cada una de ellas fue usada poderosamente por Dios para mantener la integridad de su iglesia y redimir a la humanidad caída.

Lecturas adicionales:
· Las mujeres y la Reforma , por la Kirsi Stjerna.
· Las  mujeres de la serie de la Reforma: En Alemania e Italia,  en Francia y en Inglaterra, y  desde España hasta Escandinavia, todo por Roland Bainton.
· Cinco mujeres de la Reforma Inglés, de Paul FM Zahl.


Traducción: Virginia Iváñez






MUJERES DE LA REFORMA

Catalina Von Bora, 
Estrella de la mañana de Wittenberg

Catalina von Bora nació el día 29  de Enero de 1499, como hija de un noble empobrecido, en la pequeña aldea de Leppendorf, en la región de Sajonia. La madre de Catalina falleció cuando ella era pequeña.  Con apenas 6 años, su padre la llevó al convento benedictino de Landsberg, probablemente para recibir allí una buena educación.

Posiblemente este convento se volvió muy caro para el padre empobrecido, que la traslado con diez años, en 1509, para el convento de orden Sistersianas Trono de María en Nimbschen. En el convento Catalina aprendió un poco de Latin, a recitar salmos de memoria, leer, escribir, a hacer manualidades y el conocimiento del uso de hiervas medicinales. En 1517, Catalina hizo sus votos como monja.

Inspiradas por los escritos de los reformadores, doce monjas huyeron del convento un viernes santo, en 1523, pues descubrieron que la salvación podía ser obtenida fuera del convento. Un comerciante de Torgau, Leonard Koppe, escondió las doce monjas entre los barriles de peces y así las saco fuera del monasterio. Las mujeres viajaron de Torgau para Wittenberg, donde fueron acogidas por los reformadores, entre ellos Martin Lutero y Felipe Melanchton. Ellas fueron acogidas en casas de familias y, más tarde, la mayoría de ellas constituyo su propia familia.
Catalina von Bora en la época, vivió y trabajo, en la casa del pintor Lucas Cranach y su esposa Barbara Cranach. El reformador Martin Lutero se sentía responsable por las monjas fugitivas. El busco para Catalina un esposo, el pastor y profesor Kaspar Glatz. Catalina categóricamente dice que no se casaría con él.

El año 1525 fue marcado por la guerra triste y sangrienta de los campesinos. Lutero vivía angustiado y amedrentado. El cómo hereje esperaba por la muerte cada día. En medio a esas situaciones de conflicto. Lutero y Catalina tomaron una decisión importante: contrajeron matrimonio el día 13 de junio de 1525. Después del matrimonio, la pareja se fue a vivir al antiguo convento de los monjes agustinianos en Wittenberg. El matrimonio vivió en este lugar con los hijos, hijas, familiares, estudiantes, invitados, visitas, personas fugitivas y también personas que trabajaban con la familia. Vivieron juntos por 20 años. Catalina von Bora dio a luz seis hijos e hijas: Juan, Elizabeth, Magdalena, Martin, Paul y Margaret.

Elizabeth falleció cuando aún era bebe y Magdalena a la edad de 12 años. La muerte de las hijas les causo un gran sufrimiento a los padres.
Catalina fue una mujer emprendedora, considerada hoy la primera emprendedora rural. Ella contribuyó de forma efectiva para la prosperidad de la familia Lutero. Además de administrar las reformas del viejo convento en Wittenberg, también acogía en su casa muchos estudiantes de varias regiones  de Europa y mantuvo una especia de hostal.  También pudo adquirir un pedazo de tierra, coordinaba una fábrica de cerveza y también alquilo un estanque para criar  de peces.

Además de su gran capacidad administrativa, Catalina fue una gran socia de su esposo y reformador Lutero. Probablemente, participó de muchas discusiones y conversaciones teológicas que sucedieron alrededor de la mesa en su casa con estudiantes y reformadores. Lutero la llamaba no solo de “mi querida”, o “mi estrella de la mañana de Wittenberg”, pero también de “mi Señor Cate”, Catalina “la Lutera”.

En una conversación a la mesa, Lutero dice: “(…) Ella me la dio Dios, así como yo soy dado a ella”.

Lutero la había colocado como su única heredera y responsable por los niños en su testamento. Sin embargo, este deseo  de Lutero no estaba de acurdo con las leyes de la época, pues una viuda necesitaba de un tutor. Una viuda no podía decidir sola. El testamento de Lutero fue contestado así y Catalina perdió el derecho sobre mucho de los bienes de la familia.
Una gran peste abatió sobre la ciudad de Wittenberg y, en 1552 Catalina von Bora se retiro con su hija Margaret de Wittenberg por causa de la peste. Camino para Torgau, Catalina sufrió un accidente, a consecuencia de este ella falleció el 20 de diciembre de 1552. Fue sepultada en la iglesia de María en Torgau.

Catalina von Bora fue una mujer fuerte del movimiento de la Reforma, así como muchas otras mujeres que poco a poco van siendo redescubiertas y saliendo del silencio y de la invisibilidad.

Dra. CLAUDETE BEISE ULRICH *


* É coordenadora de estudos na Academia de Missão na Universidade de Hamburgo, Alemanha. 

FONTE: JORNAL O CAMINHO
http://www.jornalocaminho.com.br/noticia.php?edicaoId=125&cadernoId=11&noticiaId=5942

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

MULHERES DA REFORMA

Katharina von Bora, a estrela da manhã de Wittenberg

Catarina von Bora nasceu no dia 29 de janeiro de 1499, como filha de um nobre empobrecido, na pequena aldeia de Lippendorf, na região da Saxônia. A mãe de Catarina faleceu quando ela era pequena. O seu pai a levou com apenas seis anos para o convento beneditino em Landsberg, provavelmente, para ali receber uma boa educação.

Possivelmente este convento tornou-se muito caro para o pai empobrecido, que a transferiu com dez anos, em 1509, para o convento da ordem Sistersinianas Trono de Maria em Nimbschen. No convento, Catarina aprendeu um pouco de Latim, a recitar salmos decorados, ler, escrever, a fazer trabalhos manuais e conhecimentos do uso de ervas medicinais. Em 1515, Catarina fez os seus votos como freira.

Inspiradas pelos escritos dos reformadores, doze freiras fugiram do convento numa sexta-feira santa, em 1523, pois descobriram que a salvação podia ser obtida fora do convento. Um comerciante de Torgau, Leonard Koppe, escondeu as doze freiras entre os barris de peixes e assim as levou para fora do mosteiro. As mulheres viajaram de Torgau para Wittenberg, onde foram acolhidas pelos reformadores, entre eles Martim Lutero e Filipe Melanchthon. Elas foram acolhidas em casas de famílias e, mais tarde, a maioria delas também constituiu sua própria família.

Catarina von Bora viveu e trabalhou, na época, na casa do pintor Lucas Cranach e esposa Barbara Cranach. O reformador Martim Lutero sentia-se responsável pelas freiras fugitivas. Ele procurou para Catarina um esposo, o pastor e professor Kaspar Glatz.

Catarina categoricamente disse que não se casaria com ele.

O ano de 1525 foi marcado pela guerra triste e sangrenta dos camponeses. Lutero vivia angustiado e amedrontado. Ele como herege esperava pela morte a cada dia.  Em meio a essas situações de conflito, Lutero e Catarina tomaram uma decisão importante: contraíram matrimônio no dia 13 de junho de 1525. Após o casamento, o casal mudou-se para o antigo convento dos monges agostinianos em Wittenberg. O casal viveu ali com filhos, filhas, familiares, estudantes, convidados, visitas, pessoas foragidas e também pessoas que trabalhavam com a família. O casal viveu junto durante 20 anos. Catarina von Bora deu à luz seis crianças: João, Elizabeth, Magdalena, Martin, Paul e Margaret.

Elizabeth faleceu ainda bebê e Magdalena aos 12 anos de idade. A morte das filhas causou um grande sofrimento aos pais.

Catarina foi uma mulher empreendedora, considerada hoje a primeira empreendedora rural. Ela contribui de forma efetiva para a prosperidade da família Lutero. Além de administrar as reformas do velho convento em Wittenberg, também abrigava em sua casa muitos estudantes de várias regiões da Europa e manteve uma espécie de pensionato.  Ela também conseguiu adquirir um pedaço de terra, coordenava uma fábrica de cerveja e,também, alugou um açude para a criação de peixes.


Além da sua grande capacidade administrativa, Catarina foi uma grande parceira do seu esposo e reformador Lutero. Provavelmente, participou de muitas discussões e conversas teológicas que aconteceram ao redor da mesa em sua casa com estudantes e reformadores. Lutero a chamava não só de “minha querida” ou “minha estrela da manhã de Wittenberg”, mas também de “meu Senhor Kathe”, Catarina “a Lutera”. Numa conversa à mesa, Lutero disse: “(...) Ela me foi dada por Deus, assim como eu fui dado a ela”.

Lutero a tinha colocado como sua única herdeira e responsável pelas crianças em seu testamento. No entanto, este desejo de Lutero não condizia com as leis da época, pois uma viúva necessitava de um tutor. Uma viúva não podia decidir sozinha. O testamento de Lutero foi contestado e assim Catarina perdeu o direito sobre muitos dos bens da família.

Uma grande peste se abateu sobre a cidade de Wittenberg e, em 1552 Catarina von Bora retirou-se com sua filha Margaret de Wittenberg por causa da doença. No caminho para Torgau, Catarina sofreu um acidente, em consequência do qual ela faleceu em 20 de dezembro de 1552. Foi sepultada na Igreja de Maria em Torgau. Catarina von Bora foi uma mulher forte do movimento da Reforma, assim como muitas outras mulheres que aos poucos vão sendo redescobertas e saindo do silêncio e da invisibilidade.


Dra. CLAUDETE BEISE ULRICH *


* É coordenadora de estudos na Academia de Missão na Universidade de Hamburgo, Alemanha. 

FONTE: JORNAL O CAMINHO
http://www.jornalocaminho.com.br/noticia.php?edicaoId=125&cadernoId=11&noticiaId=5942
MUJERES DE LA REFORMA

Una mujer regente apoya el protestantismo

Elisabeth von Brandenburgo

Elisabeth von Brandemburgo nació en 1510 en Cölln, la que hoy es Berlín. Era de familia noble y como era de costumbre en la época, los casamientos entre personas nobles y ricas eran arreglados y así fue el casamiento de Elisabeth. Con apenas 15 años se casó con un viudo 40 años mayor que ella, el duque Eric I, regente de Calenberg-Göttingen (este era uno de los tantos reinos que constituían la Alemania de la Edad Media). La pareja tuvo tres hijas y un hijo.

La madre de Elisabeth era hija de un rei de Dinamarca. A través de su madre, Elisabeth también tuvo contacto a la edad de 17 años con las ideas de la Reforma. En el año 1534 ella también conoció personalmente a Martin Lutero. Luego de eso mantuvo correspondencia con el reformador y el enviaba presentes como vino y queso. Por su lado, ella recibió una Biblia traducida al alemán con una dedicación personal de Lutero.

Luego de la muerte de su marido, Elsiabeth se convirtió en duquesa regente hasta que su hijo Eric II alcanzó la mayoría de edad. Ella gobernó durante cinco años y en ese período introdujo la Reforma Protestante en su territorio, con la fuerte colaboración del pastor Antonius Corvinus, el cual coordinó visitas a las iglesias locales, promoviendo cambios en las organizaciones eclesiales y en el orden del culto. Uno de los cambios importante fue incorporar tanto el vino como el pan en la celebración de la Santa Cena. Este período del reinado de Elisabeth sobre el reindado de Calenberg-Göttingen fue muy importante para le movimiento de la Reforma.

Actualmente la mayor iglesia territorial de Alemania se encuentra en la región de Hannover, que es la región donde Elisabeth reinó y introdujo el protestantismo.

Para mi fue muy importante descubrir que no hubo solamente príncipes regentes que apoyaban el movimiento de la Reforma protestante, sino que también hubo una mujer regente.

Elisabeth fue una mujer notable de la Edad Media, no solo como duquesa regente y persona de apoyo para el movimiento de la Reforma, sino también como escritora y estudiosa lega de teología. Martin Lutero y Felipe Melanchthon hablaban con mucha estima de ella. Melanchthon sublimó esto en un escrito: “Elisabeth gobernó esta iglesia com un corazón materno, suave y dulce, alimentada y nutrida por el evangelio”.


Dra Claudette Biese Ulrich
Coordinadora de estudios en la Academia de misión de la Universidad de Hamburgo, Alemania.

FUENTE: JORNAL O CAMINHO
http://www.jornalocaminho.com.br/noticia.php?edicaoId=119&cadernoId=11&noticiaId=5586&highlight=Busca+no+site
MUJERES DE LA REFORMA

 Katharina Schütz Zell


Katharina (1497/98) nació en Estrasburgo (Fancia) como hija de Elisabeth Gerster y Jakob Schülz, maestro carpintero que hacía parte del consejo del a ciudad. Katharina aprendió a leer y a escribir cuando no había escuelas públicas organizadas, sino casas-escuela donde profesores daban aulas para niñas y niños. Ella comenzó muy joven a leer la Bíblia y tenía muchas inquietudes  relacionadas a la vida religiosa.

En 1523 Katharina se casó con el sacerdote Matthäus Zell, un excelente predicador y simpatizante de la Reforma. El casamiento de clérigos, cuestionando el celibato, era algo central en el movimiento de la Reforma. Con el casamiento,  Matthäus Zell fue excomulgado de la Iglesia Católica así como otros clérigos que se casaban. Katharina escribió con mucho coraje una carta al Obispo defendiendo el casamiento de los clérigos.
El titulo de la carta de Katharina fue: “Disculpas de Katharina Schültz para Matthäus Zell, su marido, pastor y servidor de la Palabra de Dios en Estrasburgo, debido a las grandes mentiras que recaen sobre él”. La carta muestra su gran conocimiento bíblico. 

El casamiento de Katharina y Matthäus siempre estuvo basado en la palabra de Dios. Como había mucha persecución a los adeptos a la Reforma, la pareja dio refugio a muchas personas. Cuando hombres debían buscar asilo, ella los acogía y escribía cartas de consuelo a las esposas e hijos/as que quedaban atrás. Además de diacona, Katharina actuaba como consejera.

Katharina fue madre de dos bebés que murieron de pequeños, causándole mucho dolor. Ella recibió en su casa a los reformadores Ulrich Zwinglio de Zúrich y Johannes Oekolampad de Basilea. Ella también intercambió correspondencia con varios de ellos, inclusive Lutero al cual ella visitó junto con su esposo en Wittemberg. En 1534 ella edito un himnario mostrando la importancia de la música y la oración en la vida cotidiana. Ella también reescribió el Salmo 51 junto al Padre Nuestro como carta de consuelo, desde una perspectiva inclusiva en el hablar sobre Dios.

Ella predicó en público tres veces, la primera en enero de 1548, cuando murió su marido. Las otras dos prédicas ella las dio en el entierro de dos mujeres adeptas al predicador Schwenckfeld. Los pastores luteranos no realizaron el entierro, porque consideraban que los seguidores de Schwenckfeld se habían separado de la Iglesia Cristiana.
Katharina defendió la diversidad del movimiento de la Reforma, oponiéndose al radicalismo y el exclusivismo. Ella falleció el 5 de setiembre de 1562. Fue una mujer avanzada en su tiempo, luchadora por la igualdad de hombres y mujeres al servicio de la iglesia y por la divulgación pública del Evangelio en palabra y acción.

Dra. Caludete Beise Ulrich
Coordinadora de estudios en la Academia de Misión de la 
Universidad de Hamburgo, Alemania

FUENTE: JORNAL O CAMINHO


MUJERES DE LA REFORMA 

Argula von Grumbach

Argula von Stauff nació en 1492 en Beratzhausen (Baviera) como hija de Bernhardin von Stauff y Katharina Thering, pertenecientes a familias nobles empobrecidas.  Aún niña, fue enviada a casa del Regente de Baviera Alberto IV para recibir formación noble con las tres hijas del regente, según la costumbre de la época.  A los diez años, recibió del padre un regalo raro y caro para la época: una Biblia.  Sus padres fallecieron en 1509 víctimas de la peste.  En 1515 ella se casó con Friedrich von Grumbach, de familia noble de la región de Franconia.

En 1522 fue prohibido en Baviera leer o aún discutir cualquier texto o enseñanza de Martin Lutero.  En la Universidad de Ingolstadt, el joven maestro Arsacius Seehofer es forzado a retractarse públicamente debido a sus pensamientos luteranos/reformatorios, siendo exiliado para el monasterio más cercano.  El episodio es narrado por Argula von Grumbach que desde pequeña leía la Biblia y estaba por dentro de los pensamientos reformatorios.

El 7 de septiembre de 1523 ella escribe una carta a la dirección y a los profesores de la Universidad de Ingolsadt y otra al Regente Guillherme de Baviera.  Personalmente, entretanto, ella no recibió ninguna respuesta, pero el poder político reaccionó y su marido, que era católico, perdió el empleo.  Él era un tipo de gobernador de Dietfurt, una región de Baviera.  Los argumentos para que el marido de Argula perdiese el trabajo fueron: “Él no fue capaz de impedir que su esposa escribiese, enviase y publicase cartas defendiendo ideas reformatorias”.
Argula von Grumbach es reconocida, a partir de investigaciones históricas, como la primera escritora protestante.  Ella escribió cartas que fueron publicadas, tipo panfletos, defendiendo el ideal de la Reforma Protestante con conocimiento teológico y citaciones bíblicas.  Y de esta forma, también entro en conflicto con los poderes de su época.  Fueron publicadas ocho cartas de su autoría, escritas probablemente entre septiembre de 1523 y otoño de 1524.  Ella también mantuvo correspondencia y conversaciones personales con los reformadores.  Martin Lutero la reconoció como un “instrumento especial de Cristo”.

La Iglesia Territorial de Baviera creó, hace poco tiempo, una fundación con el nombre de Argula von Grum­bach, con el objetivo de promover derechos iguales para mujeres y hombres, bien como auxiliar en las discusiones sobre las cuestiones de igualdad y justicia de género en el contexto de la Iglesia y de la sociedad.  Esta importante mujer de la Reforma nos estimula a oír las voces de las mujeres de nuestra Iglesia y de nuestros contextos.

* Coordinadora de estudios en la Academia de Misión en la Universidad de Hamburgo, Alemania. 

Dra. CLAUDETE BEISE ULRICH *

FUENTE: JORNAL O CAMINHO


MUJERES DE LA REFORMA 

Elisabeth Cruciger, poetisa


De aquí a cinco años en 2017 estaremos conmemorando los 500 años del Movimiento de la Reforma. Cuando oímos o leemos sobre la Reforma, generalmente los primeros nombres que aparecen son: Lutero, Calvino, Zwínglio.  Infelizmente, las historias de las mujeres de la Reforma fueron silenciadas e invisibilizadas.  

Mi compromiso con el Jubileo de la Reforma es recuperar esas historias de vida.  Es eso lo que haré este año en esta columna; repartir con ustedes, lectoras y lectores, algunas historias de vida de mujeres que marcaron y marcan la historia del protestantismo.
Inicio retratando la primera poetisa y compositora del protestantismo. 

Elisabeth von Meseritz nació en 1500 en la Pomerania, en la divisa entre Alemania y Polonia.  Muy temprano, ella fue para el Convento Hermanas de María de la orden de los Premonstratenses en Treptow junto al Rio Rega.  Se sabe que el convento era uno de los únicos lugares que ofrecía educación para las mujeres.  Allá ellas aprendían a leer, escribir, matemáticas, música y tenían también la oportunidad de aprender la lengua culta de la época, el latín.  Se tiene noticias que Elisabeth intercambió correspondencia de cuño teológico con un judío bautizado, llamado Joaquim de Stettin.  

En 1522 ella deja el Convento y fue recibida en la casa de Juan Bugenhagen, en Wittenberg.  Allá ella conoció el alumno y colaborador de Lutero, Gaspar Cruciger, con quien se casó en 1524, marcando oficialmente el primer matrimonio protestante (una ex-monja y un profesor/pastor).  Ella dio a luz un hijo y una hija.  Las familias Cruciger y Lutero mantuvieron una fuerte amistad.

Probablemente, ella también estuvo involucrada en las discusiones teológicas en las “conversaciones a la mesa”.  Elisabeth falleció en 1535.
En el año de su matrimonio, en 1524, Elisabeth escribió el primer himno protestante que se encuentra en el himnario oficial de la Iglesia Evangélica de Alemania n. 67, siendo cantado en el último domingo de Epifanía.  El himno compuesto por  Elisabet demuestra también conocimiento de la Biblia, lo que era muy importante en el movimiento de la Reforma.  Por ejemplo, ella llama a Cristo de estrella de la mañana.  Eso hace referencia al texto bíblico de Apocalipsis 22.6.  El mensaje de este himno afirma que la fe cristiana no es apenas un acto de comprensión intelectual, sino un movimiento del corazón, dirigido no para el cielo distante sino para una espiritualidad comprometida en la vida concreta.  

Quien sabe, brote en nosotras y nosotros el compromiso de recuperar este profundo himno de la primera poetisa y compositora protestante en el himnario oficial de la IECLB.

* Coordinadora de estudios en la Academia de Misión en la Universidad de Hamburgo, Alemania. 

Dra. CLAUDETE BEISE ULRICH *

FUENTE: JORNAL O CAMINHO


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

MULHERES DA REFORMA  

Uma mulher regente apoia o Protestantismo

Elisabeth von Brandenburg

Elisabeth von Brandenburg nasceu em 1510 em Cölln (hoje Berlim). Ela era de família nobre. Como era costume da época, os casamentos entre as pessoas nobres e ricas eram arranjados e assim também foi arranjado o casamento de Elisabeth. Com apenas 15 anos, ela casou-se com o viúvo, 40 anos mais velho do que ela, duque Erich I, regente de Calenberg-Göttingen (é importante lembrar que, na Idade Média, a Alemanha era dividida em vários reinos). O marido de Elisabeth era  regente daquela região. O casal teve três filhas e um filho. 

A mãe de Elisabeth era filha de um rei da Dinamarca. Através da sua mãe, Elisabeth também teve contato, já aos 17 anos, com as ideias da Reforma. No ano de 1534 ela também conheceu pessoalmente Martim Lutero. Ela mantinha correspondência com o reformador e, além disso, também enviava presentes a Lutero, como vinho e queijo. Ela também  recebeu uma Bíblia traduzida para a língua alemã com dedicatória pessoal de Lutero. 

No ano de 1538, Elisabeth converteu-se ao luteranismo, mas seu marido permaneceu católico. O seu marido faleceu em 1540 e, durante os dois últimos anos, o casal conviveu com as duas confissões, ela protestante e ele católico. 

Após a morte do marido, Elisabeth se tornou a regente do reino até o filho Erich II alcançar a maioridade. Ela governou durante cinco anos e, nesse período, introduziu a Reforma Protestante em seu território, com a forte colaboração do pastor Antonius Corvinus, o qual coordenou visitas e mudanças na organização das igrejas e também no culto. Muito importante nisso foi a mudança na celebração da Santa Ceia com os dois elementos, o pão e o vinho. Este período de cinco anos sob a regência de Elisabeth von Calenberg-Göttingen foi muito importante para o movimento da Reforma. 

Atualmente, a maior igreja territorial da Alemanha, encontra-se na região de Hannover, região que pertencia ao território em que Elisabeth governou e introduziu o Protestantismo. 

Para mim foi muito importante descobrir que não houve somente príncipes regentes que apoiaram o movimento da reforma protestante, mas também uma mulher regente. 

Elisabeth von Calenberg-Göttingen foi uma mulher notável da Idade Média, e não somente como duquesa regente e apoiadora do movimento da reforma, mas também como escritora e estudiosa leiga de teologia. Martim Lutero e Felipe Melanchthon falavam com muita estima dela. Melanchthon sublimou em um escrito: “Elisabeth governou esta igreja com um coração materno, suave e doce, alimentada e nutrida pelo evangelho”.

*Coordenadora de estudos na Academia de Missão na Universidade de Hamburgo, Alemanha. 

MULHERES DA REFORMA 

 Katharina Schütz Zell


Katharina (1497/98) nasceu em Estrasburgo (França) como filha de Elisabeth Gerster e Jakob Schütz, mestre carpinteiro que fazia parte do conselho da cidade. Katharina aprendeu a ler e a escrever quando não havia escolas públicas organizadas, mas casas-escola onde professores ministravam aulas para meninas e meninos. Ela começou muito jovem a ler a Bíblia e tinha muitas perguntas que envolviam a vida religiosa.

Em 1523 Katharina casou-se com o sacerdote Matthäus Zell, um ótimo pregador e simpatizante da Reforma. O casamento de clérigos, questionando o celibato, era algo central do movimento da Reforma. Com o casamento, Matthäus Zell foi excomungado da Igreja Católica, assim como os outros clérigos que haviam casado. Katharina, corajosamente, escreveu uma carta ao Bispo defendendo o casamento dos clérigos.

Assim ela entitulou a sua carta: “Desculpas de Katharina Schütz, para Matthäus Zell, seu marido, pastor e servidor da Palavra de Deus em Estrasburgo, devido às grandes mentiras que recaem sobre ele”. A carta mostra seu grande conhecimento bíblico.

O casamento de Katharina e Mathäus sempre esteve firmado na palavra de Deus. Como havia muita perseguição aos adeptos da Reforma, o casal deu refúgio a muitos. Quando homens precisavam de asilo, ela os acolhia e escrevia uma carta de conforto e conselho às mulheres e crianças que haviam ficado para trás. Além da diaconia, Katharina também agiu como conselheira.

Katharina foi mãe de duas crianças, que morreram pequenas, causando muita dor. Ela recebeu em sua casa os reformadores Ulrich Zwinglio de Zurique e Johannes Oekolampad de Basel. Ela também trocou correspondência com vários deles, inclusive Lutero e até o visitou com o esposo em Wittenberg.  Em 1534 ela editou um hinário, apontando para a importância da música e da oração na vida cotidiana. Ela também reescreveu o Salmo 51 juntamente com o Pai-Nosso como carta de consolo, numa perspectiva inclusiva no falar sobre Deus.

Ela pregou em público três vezes, a primeira em janeiro de 1548, quando morreu o marido. As outras duas ela pregou na hora do sepultamento de duas mulheres, adeptas do pregador Schwenckfeld. Os pastores luteranos não realizaram o enterro, pois achavam que os seguidores de Schwenckfeld haviam se separado da Igreja Cristã.

Katharina defendeu a diversidade do movimento da Reforma, opondo-se a radicalismos e exclusivismos. Ela faleceu no dia 5 de setembro de 1562. Foi uma mulher avançada em seu tempo, lutadora pela igualdade de homens e mulheres no serviço da igreja e pela divulgação pública do evangelho em Palavra e Ação.


* Coordenadora de estudos na Academia de Missão na Universidade de Hamburgo, Alemanha. 

MULHERES DA REFORMA 

Elisabeth Cruciger, poetisa


Daqui há cinco anos em 2017 estaremos comemorando os 500 anos do Movimento da Reforma. Quando ouvimos ou lemos sobre a Reforma, geralmente os primeiros nomes que aparecem são Lutero, Calvino, Zwínglio. Infelizmente, as histórias das mulheres da Reforma foram silenciadas e invisibilizadas. O meu compromisso com o jubileu da Reforma é recuperar essas histórias de vida. É isso que farei este ano nesta coluna;  repartir com vocês, leitoras e leitores, algumas histórias de vida de mulheres que marcaram e marcam a história do protestantismo.

Inicio retratando a primeira poetisa e compositora do protestantismo. Elisabeth von Meseritz  nasceu em 1500 na Pomerânia, na divisa entre a Alemanha e a Polônia. Muito cedo, ela foi para o Convento Irmãs de Maria da ordem dos Premonstratense em Treptow junto ao Rio Rega. Sabe-se que o convento era um dos únicos lugares que oferecia educação para as mulheres. Lá elas aprendiam a ler, escrever, matemática, música  e tinham também a oportunidade de aprender a língua cúltica da época, o latim. Tem-se notícias que Elisabeth trocou correspondências de cunho teológico com um judeu batizado, chamado Joaquim de Stettin. Em 1522 ela deixa o Convento e foi recebida na casa de João Bugenhagen, em Wittenberg. Lá ela conheceu o aluno e colaborador de Lutero, Gaspar Cruciger, com quem se casou em 1524, marcando oficialmente o primeiro casamento protestante (uma ex-freira e um professor/pastor). Ela deu a luz a um filho e a uma filha. As famílias Cruciger e Lutero mantiveram uma forte amizade.

Provavelmente, ela também esteve envolvida nas discussões teológicas nas “conversas à mesa”.  Elisabeth faleceu em 1535.

No ano do seu casamento, em 1524, Elisabeth escreveu o primeiro hino protestante que se encontra no hinário oficial da Igreja Evangélica da Alemanha n. 67, sendo cantado no último domingo de Epifania. O hino composto por Elisabeth demonstra também conhecimento da Bíblia,  o que era muito importante no movimento da Reforma. Por exemplo, ela chama Cristo de estrela da manhã. Isso faz referência ao texto bíblico de Apocalipse 22.6. A mensagem deste hino afirma que a fé crista não é apenas um ato de compreensão intelectual, mas um movimento do coração, voltado não para o céu distante mas para uma espiritualidade engajada na vida concreta. Quem sabe, brota em nós o compromisso de recuperar este profundo hino da primeira poetisa e compositora protestante no hinário oficial da IECLB.


* Coordenadora de estudos na Academia de Missão na Universidade de Hamburgo, Alemanha. 

MULHERES DA REFORMA 

Argula von Grumbach


Argula von Stauff nasceu em 1492 em Beratzhausen (Baviera) como filha de Bernhardin von Stauff e Katharina Thering, pertencentes a  famílias nobres empobrecidas.  Ainda menina, foi enviada à casa do Regente da Baviera Alberto IV para receber formação nobre com as três filhas do regente, segundo costume da época. Aos dez anos, recebeu do pai um presente raro e caro para a época: uma Bíblia. Seu pais faleceram em 1509 vítimas da peste. Em 1515 ela se casou com Friedrich von Grumbach, de família nobre da região da Francônia.

Em 1522 foi proibido na Baviera ler ou mesmo discutir qualquer texto ou ensinamento de Martim Lutero. Na Universidade de Ingolstadt, o jovem mestre Arsacius Seehofer é forçado a se retratar publicamente devido aos seus pensamentos luteranos/reformatórios, sendo banido para o monastério mais próximo. O episódio é narrado por Argula von Grumbach que desde pequena lia a Bíblia e estava por dentro dos pensamentos reformatórios.

Em 7 de setembro de 1523 ela escreve uma carta à direção e aos professores da Universidade de Ingolsadt e outra ao Regente Guillherme da Baviera. Pessoalmente, entretanto, ela não recebeu nenhuma resposta. Mas o poder político reagiu e seu marido, que era católico, perdeu o emprego. Ele era uma espécie de governador de Dietfurt, uma região da Baviera. Os argumentos para que o marido de Argula perdesse o trabalho foram: “Ele não foi capaz de impedir que a sua esposa escrevesse, enviasse e publicasse cartas defendendo ideias reformatórias”.

Argula von Grumbach é reconhecida, a partir de pesquisas históricas, como a primeira escritora protestante.  Ela escreveu cartas que foram publicadas, tipo panfletos,  defendendo o ideal da Reforma Protestante com conhecimento teológico e citações  bíblicas. E, desta forma, também entrou em conflito com os poderes da sua época. Foram publicadas oito cartas  de sua autoria, escritas provavelmente entre setembro de 1523 e outono de 1524. Ela também manteve correspondência e conversas pessoais com os reformadores. Martim Lutero a reconheceu como “um instrumento especial de Cristo”.

A Igreja Territorial da Baviera criou, há pouco tempo, uma fundação com o nome de Argula von Grum­bach, com o objetivo de promover direitos iguais para  mulheres e homens, bem como auxiliar nas discussões sobre as questões de igualdade e justiça de gênero no contexto da igreja e da sociedade.Esta importante mulher da reforma nos estimula a ouvir as vozes das mulheres de nossa Igreja e de nossos contextos.

* Coordenadora de estudos na Academia de Missão na Universidade de Hamburgo, Alemanha. 

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

ELAS ESTÃO CHEGANDO

Valdomiro de Oliveira, Marcos Gianelli e Francisco Esvael




/: Elas estão chegando
pelas portas e janelas,
avenidas e vielas.
Elas estão chegando. :/

Chegando como um vento forte,
chegando com vida e norte,
chegando para questionar,
chegando pra mudar.

Chegando sempre com doçura,
chegando com muita cintura,
chegando para encantar,
chegando pra alegrar.

/: Chegando pra sarar as juntas,
chegando pra juntar as forças,
chegando para construir,
chegando pra prosseguir. :/

Chegando para questionar,
chegando pra mudar,
chegando pra encantar,
chegando pra alegrar.

Elas estão chegando
pelas portas e janelas,
avenidas e vielas.
/: Elas estão chegando. :/


Partitura disponível no site:

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

COMO MULHERES LUTERANAS QUE FAZEM PARTE DE UMA REDE  ESTAMOS CONECTADAS E COMPROMETIDAS NESTAS AÇÕES:

- Produzir materiais acessíveis visibilizando a atuação de mulheres na Bíblia e a história das mulheres que participaram em nossas comunidades luteranas fazendo história ao lado dos homens, numa perspectiva de gênero;

- Estimular o diálogo a respeito de relações equitativas e justas de gênero e primar pela aplicação da Política de Gênero, aprovada pela FLM, em nossas igrejas;

- Trabalhar ativamente para que a justiça de gênero seja contemplada na comemoração dos 500 anos da Reforma.




SOMOS MULHERES TEÓLOGAS, LÍDERES DE PASTORAIS ENVOLVIDAS COM 
AS IGREJAS LUTERANAS 
DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE 
LIGADAS À FEDERAÇÃO LUTERANA MUNDIAL.
JUNTAS NOS COMPROMETEMOS COM A POLÍTICA DE GÊNERO APROVADA PELA FLM (FEDERAÇÃO LUTERANA MUNDIAL) 
PARA QUE SE TORNE REALIDADE 
EM NOSSAS AÇÕES COMUNITÁRIAS E PRÁTICAS ECLESIAIS.
JUNTAS SOMOS E CONSTRUÍMOS UMA REDE.