sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

LITURGIA - DIA INTERNACIONAL DA MULHER - 2015

Liturgia para o Dia Internacional da Mulher

Março de 2015

Preparação do ambiente:
- Fazendo alusão ao evangelho de João 2.1-11 (Bodas de Caná), coloque diante do altar alguns vasos ou jarros de cerâmica.
- Entre os vasos, disponha panos de cor roxa ou lilás, cores da Quaresma.
- Preferencialmente, flores e velas na cor lilás ou roxa.
Para a Oração Geral da Igreja, providencie:
- Cartões ou papeletas em branco, no tamanho 10cm x 5cm, para cada pessoa;
- Pessoas para entregar os cartões/papeletas na entrada da igreja;
- Sobre cada banco ou fileira de cadeiras, deixe pelo menos duas canetas ou lápis;
- Cartazes contendo algumas conquistas alcançadas pelas mulheres ao longo da história, por exemplo: direito ao voto; direito ao ensino superior; direito ao atendimento integral quando vítima de estupro; Lei Maria da Penha; direito à documentação e acesso à terra.


Liturgia de Entrada
Prelúdio

Acolhida
L. Bom dia / Boa noite!
Em homenagem a todas as mulheres que fizeram do sonho por direitos uma realidade, a ONU decreta, em 1975, o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher. Dois fatos, em especial, são lembrados nesse dia: a organização de mulheres operárias por redução de jornada de trabalho e melhores salários, que, em 1857, nos Estados Unidos, foram queimadas na fábrica onde trabalhavam; e a greve de mulheres tecelãs e costureiras de Petrogrado, na Rússia, que, contrariando a decisão do partido, que achava que não era o melhor momento para se fazer greve, em 1917, em plena Guerra Mundial, saíram às ruas pedindo pão e paz.

L. O dia 8 de março é um dia de memória das lutas de mulheres ao redor do mundo inteiro para que a vida da humanidade tenha dignidade. É um dia de celebrar, agradecendo pelas conquistas alcançadas, e intercedendo por impulsos para continuarmos na busca e construção de um mundo onde as relações entre homens e mulheres condizem com a vontade e o propósito de Deus.  Nesta celebração, recordaremos a participação fundamental de Maria no ministério de Jesus. Foi ela, segundo o evangelista João, que levou Jesus a iniciar o seu ministério na cidade de Caná, transformando água em vinho.

L. Hoje queremos contar essa história. Relembrar esse e outros momentos em que, por iniciativa das mulheres, direitos foram conquistados e mudanças de comportamentos foram provocados. Comportamentos que questionam toda e qualquer forma de discriminação, violência e exclusão.

Saudação trinitária

L. Nós nos reunimos em nome de Deus, que nos criou e nos concedeu o dom da vida; que veio a nós em Jesus Cristo e nos mostrou o Reino da justiça e igualdade; que permanece no meio de nós pelo dom do Espírito Santo, Sabedoria Divina, que nos acompanha, orienta e fortalece. Amém.

Canto
(a escolher)

Confissão de pecados
L. O pecado nos separa do amor de Deus e nos impede de viver em comunhão. A confissão sincera restabelece a comunhão e fortalece a vida de fé. Acheguemo-nos confiantes à presença de Deus e confessemos os nossos pecados.
Deus de bondade e misericórdia, a Ti nos dirigimos para falar-te daquilo que pesa em nossos corações e que nos impede de sentir o teu amor e a tua presença. Perdão, Deus, pelas atitudes preconceituosas em relação às mulheres. Perdão por compactuarmos com atos de covardia e violência contra meninas, meninos e mulheres, quando silenciamos ou concordamos com a ideia de que a violência sofrida foi por elas e eles provocada. Perdão por negarmos os mesmos direitos e condições de vida digna a pelo menos metade de Tua criação somente pelo fato de serem do sexo feminino. Perdão por ignorarmos a Tua Palavra que afirma que mulheres, assim como homens, são Tua imagem e semelhança e que não deve haver desigualdade de direitos entre eles.   Dá-nos força para construir um mundo novo, livre de exclusão, marginalização, violência, preconceito e repressão. Por teu grande amor, mostra-nos tua justiça, tua misericórdia e tua graça.
C. Amém!
Anúncio da graça
L. Deus responde ao nosso clamor, dizendo: “Desfaço as tuas transgressões como a névoa, e os teus pecados, como a nuvem; torna-te para mim, porque eu te remi”. (Is 44.22)
C. Graças te damos, ó Deus, por teu olhar compassivo e teu abraço de misericórdia. Amém.
Kyrie
L. Ao orarmos, expressamos nosso desejo de transformar situações que causam dor e sofrimento e nos comprometemos com essa transformação. Coloquemo-nos diante de Deus, clamando em favor de quem grita por misericórdia. Clamemos pelas mulheres silenciadas, violentadas e maltratadas na igreja e na sociedade. Clamemos pelas mulheres incompreendidas por buscarem seus direitos. Clamemos pelas mulheres cuja participação na construção de uma nova realidade é anulada. Clamemos a Deus, cantando:
C. Pelas dores deste mundo, ó Senhor
Oração do dia
L. Deus de amor, graças te damos por este novo dia. Graças pelas mulheres e homens que buscam novas e justas formas de se relacionar. Nós te damos graças pela coragem, determinação e ousadia de mulheres que, em todos os tempos e lugares, questionaram leis e costumes que as impediam de participar da vida pública e eclesiástica. Que tua palavra nos oriente, motive, console e fortaleça. Abre, Deus de amor, nossos corações para que tua palavra encontre solo fértil e produza frutos. Por Cristo, teu filho, nosso Salvador.
 C. Amém!
Liturgia da Palavra
Leituras bíblicas
L. Ouçamos o Salmo 100
C. Pela palavra de Deus, saberemos por onde andar. Ela é luz e verdade, precisamos acreditar.
Leitura do Evangelho
L. Aclamemos o Evangelho, cantando:
C. Senhor que a tua palavra transforme a nossa vida, queremos caminhar com retidão na tua luz.
L. Evangelho segundo João 2.1-11
L. (leitura) Palavras do Senhor!
C. Louvado sejas, Cristo!
Prédica
Baseada no evangelho de João
Confissão de fé
Canto 
(com recolhimento das ofertas)
Oração Geral da Igreja:
1ª Sugestão: oração geral participativa

Motivos de gratidão:
L. A história mostra que muitos passos em direção à vida plena, justa e abundante, projeto de Deus para a humanidade, já foram dados. No que se refere à luta das mulheres, podemos celebrar a conquista de (apresentar e mencionar o escrito dos cartazes).

L. Que outros motivos temos para agradecer?
(Deixe um tempo para que as pessoas possam se manifestar)

L. Agradeçamos a Deus, cantando:
C. Graças, Senhor! Graças Senhor! Por tua bondade, teu poder, teu amor: Graças, Senhor!

Motivos de intercessão
L. A história nos ajuda a compreender o presente e a planejar o futuro. Nesse sentido, reconhecemos que, embora tenhamos avançado, muito ainda há por fazer. Que motivos, nesse momento, nos levam a interceder pela ação de Deus em nossa vida, em nossa história, em nosso mundo?

(Peça que, livremente, as pessoas escrevam sobre o papel que receberam na entrada, uma frase, uma palavra que expresse o seu motivo de intercessão a Deus)

L. Maria manifestou sua preocupação a Jesus. Porque a comunhão, a alegria, a festa da vida estavam nos propósitos de Deus, Jesus fez seu primeiro milagre, transformou a água em vinho. Que preocupações levamos nós no coração e desejamos manifestar a Deus?
(Convide, para que livremente, algumas pessoas compartilhem seus motivos de intercessão)

(Após algumas manifestações comunidade canta)
C. //:Os nossos olhos em ti, Deus, esperam://

(Nesse momento, convide a comunidade para depositar seus motivos de intercessão nos vasos ou jarros de barro)

L. No desejo de que Deus acolha a nossa oração e transforme nossas intenções segundo os seus propósitos, depositemos nossos pedidos nos vasos de barro. Enquanto fazemos isso, cantamos:
C. Envia teu Espírito Senhor e renova a face da terra.

2ª Sugestão
L. Deus de amor, a história das bodas de Caná nos dá testemunho do protagonismo de mulheres. Muitos avanços históricos são resultado da ação e iniciativa de mulheres. Graças te damos por teres impulsionado e caminhado com elas em suas buscas.
Ajuda-nos a olhar para a atitude corajosa e desafiadora de Maria para nos inspirarmos a ser protagonistas na construção de um mundo onde as diferenças são vistas e tratadas como possibilidade e riqueza de tua criação.
Deus, ajuda-nos a tomar as melhores decisões para estarmos nos lugares em que somos necessárias e necessários, receber a tua bênção, fazendo sempre o bem, mesmo em tempos difíceis.
Dá-nos coragem e sabedoria para enfrentarmos as crises e poder amar à nossa próxima e ao nosso próximo sem impor barreiras, amparadas e amparados em tua Palavra.
Por Jesus Cristo, nosso Salvador.
C. Amém!
Liturgia da Ceia
Preparação da mesa
(Os elementos da Ceia e as ofertas recolhidas são levados para o altar)
L. Deus nos criou, nos abençoou com dons e nos dá o alimento. De Deus recebemos o necessário para uma vida boa e digna! Por isto estamos aqui, para agradecer a Deus por tudo o que fez e faz por nós. Neste sentido, trazemos ao altar os elementos para a Ceia e as ofertas recolhidas. Que Deus os use em benefício da sua causa, animando e fortalecendo homens e mulheres na edificação de comunidades e sociedade mais justas e na divulgação da fé evangélica.
Canto
Oração do ofertório
L. Deus de ternura! Nós te damos graças por esta mesa e pela troca singular que aqui acontece. Tu nos acolhes com o que conosco trazemos: dores, angústias, medos da violência, doenças, culpas, mas também conquistas, esperanças e sonhos; e nos dás, sob o pão e o fruto da videira, consolo, alívio, perdão, coragem e ânimo. Por isso, nós te agradecemos e, em ti confiantes, nos entregamos, Deus de ternura.
Oração eucarística
L. Oremos a oração de mesa da Ceia do Senhor:
L. Graças te damos, ó Deus, por escolheres Maria, uma de nós, para ser a mãe de Jesus, nosso Salvador. Por meio dela, inspirastes Jesus a realizar o seu primeiro milagre!
Graças damos por Jesus, teu Filho, que, obediente à mãe, manifestou o teu poder, transformando realidades, permitindo que os sinais do Reino fizessem-se presentes neste mundo através da festa das bodas de Caná.
Diante desta tua mesa, ó Deus, buscamos forças para que sejamos como Maria, mulher protagonista que, com a sabedoria do Espírito Santo, enxergou a possibilidade do milagre que o seu Filho podia realizar.  Buscamos estas forças em Teu Filho Jesus que, em seu ministério, foi sensível à dor das mulheres assim como a de todas as pessoas sofridas. Reúne-nos nesta mesa, pois Ele, Jesus, assim nos convida, ao nos deixar a ordem que proclamamos: na noite em que foi traído, Jesus tomou o pão e, tendo dado graças o partiu e o deu aos seus discípulos, dizendo: tomai e comei, isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em memória de mim. A seguir, depois de cear, tomou também o cálice, rendeu graças e o deu aos seus discípulos, dizendo: bebei dele todos, porque este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vós, para a remissão dos pecados. Fazei isto todas as vezes que o beberdes em memória de mim.
Ó Deus, neste Dia Internacional da Mulher, pedimos: lembra-te de todas as mulheres que já partiram e, que, encorajadas por Ti, buscaram seus direitos, colocando seus dons a serviço do Teu Reino. Reúne-nos com elas na festa que tu mesmo nos prepararás, onde a participação de todas as pessoas será valorizada e onde haverá paz, compreensão, igualdade, respeito, dignidade. A esperança pelo teu Reino ilumina a nossa história de modo que nos empenhemos aqui e agora por sinais de uma convivência com mais gentileza, carinho, valorização e inclusão.
Envia-nos o teu Santo Espírito e faze com que sejamos um só corpo. Por Cristo, com Cristo, em Cristo. Amém!
L. (dirigindo-se para a comunidade) Se assim cremos, que somos um só corpo cujos membros se importam e se comprometem uns com os outros, umas com as outras, oremos de mãos dadas a oração do Senhor:
C. Pai nosso que estás nos céus
Fração
L. O cálice pelo qual demos graças é o sangue de Cristo;
O pão que partimos é o corpo de Cristo;
C. Nós embora muito, somos um só corpo.
Comunhão
L. Venham, pois tudo está preparado... É Cristo quem nos convida.
Distribuição
Canto
C. Ó Jesus Cordeiro, tiras o pecado e a dor, tem piedade!
Oração pós-comunhão
C. Graças, Senhor! Graças Senhor! Por tua bondade, teu poder, teu amor: Graças, Senhor!
Avisos comunitários
Liturgia de Despedida
Bênção
L. Que a estrada se abra à tua frente.
Que o vento sopre levemente em tuas costas,
Que o sol brilhe morno e suave em tua face,
Que a chuva caia de mansinho em teus campos,
E que até que nos encontremos de novo...
Deus te guarde nas palmas de suas mãos!
E que até que nos encontremos de novo,
Deus te guarde
Deus nos guarde
Em suas mãos
Amém.
Envio
L. Vão agora e sirvam a Deus como Maria, aquela que anteviu o poder transformador de Jesus!
C. Demos graças a Deus.

Liturgia elaborada por: Pa. Carmem Siegler, Catª Erli Mansk e Pa. Rosangela Stange
(IECLB - Brasil) 

Subsídio para pregação

Na interpretação do texto, queremos destacar o papel imprescindível de Maria para a realização do milagre no início da atividade de Jesus. Em Lucas 2.48, lemos que Maria e José ficaram admirados com a eloquência e inteligência de Jesus no diálogo com os sacerdotes do templo, ainda quando criança. No versículo 51, lemos que Maria “guardava tudo isso no coração”. Maria sabia que seu filho não era um homem comum e sabia que era chegada a hora de ele iniciar o ministério. Não se deixa intimidar pelas palavras rudes de Jesus e organiza tudo para que o milagre possa acontecer. A festa pode continuar e o melhor vinho pode ser servido mais tarde também por obra e participação de Maria.

Direito a frequentar o ensino superior (1879), ao voto (1932); eleição da médica paulista Carlota Pereira de Queiroz a Deputada Federal (1933); ingresso de primeira mulher na Faculdade de Teologia (1952 – Eva Wynsk); envio da primeira pastora para uma comunidade (1976 – Rita Pank – Candelária/RS); ordenação ao pastorado (1983 – Edna Moga Ramminger); Lei Maria da Penha (2006); Lei que garante atendimento integral a mulheres vítimas de estupro (2013); Central de Atendimento à Mulher (Disque 180); a eleição de uma mulher (Pa. Silvia Genz) para compor a presidência da IECLB. E outros exemplos de conquistas locais.


Muito se conquistou. Mas ainda é alto o índice de violência contra mulheres. Elas não têm o mesmo direito de ir e vir; precisam provar que são capazes de exercer função de liderança; exercem dupla ou tripla jornada. 

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

REFLEXIÓN - MUJERES Y LA SUSTENTABILIDAD EN LA IGLESIA

Luciana, la catequista, Febe (mujeres) y la sustentabilidad de sus iglesias

Congregación Evangélica Luterana y Reformada de Córdoba (IERP), fue predicado este mensaje el pasado domingo 7 de diciembre de 2014. El contenido, basado en Romanos 16:1-7, fue elaborado por las mujeres del Distrito Misiones de la Iglesia Evangélica del Río de la Plata, y compartido con toda su iglesia para el 1º Domingo de Adviento de 2014.
Porque no solamente en las primeras comunidades cristianas sino también entre nosotros hoy en día hay un sinfín de personas que de acuerdo a los dones que Dios les dio, de acuerdo a sus posibilidades y a las circunstancias que marcan su realidad particular aportan, visible- o silenciosamente, para que el conjunto pueda funcionar. Para que la comunidad pueda sostenerse. Para que nuestras parroquias puedan ser hogares espirituales para todos quienes buscan la presencia de Dios. Y, no por último, para que entre todos podamos dar testimonio y proclamar que es Dios quien con su maravillosa bondad vive y obra entre nosotros.

La noticia puede ampliarse en el sitio web de la Congregación Evangélica Luterana y Reformada de Córdoba, escrita por el pastor de la congregación P. Joel Nagel
Aquí el texto completo del mensaje que celebra también los 30 años de la primera ordenación al ministerio pastoral de una mujer en esta iglesia: la pastora Silvia Ramírez.

Mensaje
“Que la gracia de nuestro Señor Jesucristo, el amor de Dios y la comunión del Espíritu Santo nos acompañen, ahora y siempre. Amén.
Estimadas hermanas y hermanos:
El texto bíblico sobre el cual queremos basar nuestra reflexión del día de hoy se encuentra en la carta a los Romanos, en el capítulo 16, los versículos 1 al 7. Está titulado, en la versión Dios habla hoy, como “Saludos personales”. Saludos personales dirigidos de parte de Pablo a la pequeña e incipiente comunidad cristiana en Roma. Todavía no la había llegado a conocer personalmente. Y a modo de anticipo de su visita les escribe una larga y sustanciosa carta. Una carta en la que detalla con mucha profundidad conceptos de fe, responde a inquietudes que le habían planteado y trata de colocar un fundamento teológico sobre el cual luego, en su visita personal, construir su mensaje. Muy probablemente fue la hermana Febe, nombrada como primera en el texto que nos convoca, a quien se le había encomendado la solemne tarea de viajar a Roma y hacer entrega de la carta. Escuchemos lo que Pablo escribe:
Les recomiendo a nuestra hermana Febe, diaconisa en la iglesia de Cencreas. Recíbanla bien en el nombre del Señor, como se debe hacer entre los hermanos en la fe, y ayúdenla en todo lo que necesite, porque ha ayudado a muchos, y también a mí mismo. Saluden a Prisca y Aquila, mis compañeros de trabajo en el servicio de Cristo Jesús. A ellos, que pusieron en peligro su propia vida por salvar la mía, no sólo yo les doy las gracias, sino también todos los hermanos de las iglesias no judías. Saluden igualmente a la iglesia que se reúne en casa de Prisca y Aquila. Saluden a mi querido amigo Epéneto, que en la provincia de Asia fue el primer creyente en Cristo. Saluden a María, que tanto ha trabajado por ustedes. Saluden a mis paisanos Andrónico y Junias, que fueron mis compañeros de cárcel; se han distinguido entre los apóstoles, y se hicieron creyentes en Cristo antes que yo. (Romanos 16:1-7)

Convengamos que este no es en absoluto un texto comúnmente utilizado para predicar. Es más, no aparece en los leccionarios tradicionales. Y si no fuera porque alguien nos impulsa a prestarle especial atención, quizás lo pasaríamos por alto y ni se nos ocurriría profundizar su lectura.
Efectivamente suena como una enumeración insignificante de nombres de personas a las cuales no conocemos. Suena a querer reconocerles su dedicación a quienes de una u otra manera se habían destacado en la vida de misión de Pablo. Da la impresión de ser un texto de tanta intimidad personal que con nosotros poco y nada tiene que ver, a miles de kilómetros de distancia y a casi 2000 años de tiempo. Parece extraño elegirlo como fuente de inspiración, más en un Primer Domingo de Adviento. Hay tantos otros textos, en la misma carta a los romanos, que parecieran tener una riqueza espiritual mucho más profunda que estos versículos de despedida personal.
Sin embargo, si vamos al detalle, es este un texto que con mucha profundidad da testimonio del espíritu de comunidad que reinaba en las primeras comunidades cristianas. Aquel espíritu de comunidad que sostenía a las pequeñas comunidades de fe como hogares espirituales para tanta gente que en ellas se refugiaba para conocer, hacer realidad, vivir y proyectar una vida acorde al maravilloso mensaje del Evangelio de Jesucristo. Comunidades frágiles e indefensas, expuestas al atropello de un contexto que no las comprendía, sumamente necesitadas del apoyo espiritual de los hermanos y hermanas en la fe, sedientas del Espíritu vivificador, renovador y santificador de Dios. Comunidades que, por lo que podemos interpretar de los saludos con los cuales Pablo termina su carta, no eran anónimas, indiferentes a los demás, concentradas en lo propio. Comunidades que, muy al contrario, vivían empeñadas en sostener aquellos lazos fraternales que más allá de la realidad particular de cada miembro hacían de ellos ‘cuerpo de Cristo’, para utilizar un concepto que el propio Pablo había instalado.

Todos eran importantes. Cada uno tenía su función. De acuerdo a los dones que cada uno había recibido, de acuerdo a las posibilidades concretas y las circunstancias particulares propias a cada uno, todos aportaban al conjunto. Y de esa manera, entre todos, construían, sostenían y llevaban adelante la comunidad de fe. Prisca y Aquila habían compartido con Pablo el oficio de fabricar tiendas de campaña. Y habían abierto las puertas de su casa para que en ella la comunidad se pudiera reunir para celebrar. Febe era diaconisa, encargada por mandato oficial de atender a las viudas y huérfanos, además a cargo de la tarea administrativa de su comunidad. Epéneto había sido pionero en la fe, el primero en profesar públicamente su fe cristiana en la provincia de Asia. María había trabajado incansablemente para servir a quienes necesitaban apoyo. Andrónico y Junias habían soportado con fortaleza los martirios de la cárcel, acompañando a Pablo en la difícil tarea de mantenerse fieles al Evangelio aún en situaciones límite. La lista de nombres sigue. Y detrás de cada uno hay toda una historia de vida.

Hoy tenemos otros nombres. No nos llamamos Epéneto, ni Febe, ni Andrónico ni tampoco Prisca. Pero está José, el encargado del mantenimiento del predio parroquial. Todos lo conocemos. Lo vemos trabajar; sabemos de su vida; lo saludamos cuando nos lo cruzamos. Y está Luciana, la catequista, que todos los sábados viene a la iglesia para recibir, enseñar, acompañar, abrazar y bendecir a los niños. Julián hace visitas a los enfermos, no solamente en las clínicas, sanatorios y hospitales, sino también a domicilio. Carlos entiende de números. Él lleva la contabilidad, hace trámites, paga las cuentas. Gustavo es el coordinador juvenil. Tiene la noble tarea de convocar, asesorar y acompañar al grupo de jóvenes en sus múltiples actividades, desde la reunión semanal, las actividades recreativas y hasta la participación en los campamentos. Felicia sabe bordar. Junto con sus vecinas se reúne todos los martes para preparar hermosos trabajos a ser ofrecidos en la fiesta anual de la congregación. Claudia es pastora, y con todo cariño, amor y profundidad de compromiso pone su vocación a disposición de la comunidad que le fue confiada. Y la lista podría seguir. Porque no solamente en las primeras comunidades cristianas sino también entre nosotros hoy en día hay un sinfín de personas que de acuerdo a los dones que Dios les dio, de acuerdo a sus posibilidades y a las circunstancias que marcan su realidad particular aportan, visible- o silenciosamente, para que el conjunto pueda funcionar. Para que la comunidad pueda sostenerse. Para que nuestras parroquias puedan ser hogares espirituales para todos quienes buscan la presencia de Dios. Y, no por último, para que entre todos podamos dar testimonio y proclamar que es Dios quien con su maravillosa bondad vive y obra entre nosotros.

Evidentemente no todos somos iguales. No lo somos hoy en día, y tampoco lo eran en aquella época en la cual Pablo escribe su carta. Nuestras historias personales son diferentes. Nuestras condiciones particulares son diferentes. Nuestra edad lo es, nuestra cultura lo es, nuestro nivel adquisitivo lo es, nuestro género lo es. Pero, vaya sorpresa, y a pesar y muy al contrario de lo que nos suele complicar tanto la vida, ni Jesús mismo hizo diferencia alguna entre quienes participan de su comunidadni tampoco Pablo lo hace, por lo menos no en este texto que nos toca meditar hoy. Indiferentemente de si eran varón o mujer, si se jugaron públicamente por el Evangelio o si sirvieron a los huérfanos en silencio; independientemente de su aporte concreto, grande o pequeño, profesional o particular, Pablo los nombra a todos. Valora su aporte, destaca lo que hicieron, y les agradece públicamente. Y no solamente eso. Los encomienda a todos, uno por uno, a la memoria, a la atención y al cuidado de todos. Respetando lo poco o mucho que cada uno hizo, destacando que todo fue hecho y sigue haciéndose para bien de todos, y recomendando acompañarse, apoyarse y ayudarse mutuamente. Porque lo que en la comunidad de fe nos convoca no es el deseo de lucrar, de conseguir méritos o de ‘ganarnos un lugar en el cielo’, sino la imperante necesidad de agradecerle al Dios de la Vida a través de nuestro pequeño compromiso lo mucho que él en su inmensa bondad nos regala. Y porque, precisamente, todo lo que se hace, se hace para gloria de Dios.

A nosotros nos cuesta, y mucho, reconocernos mutuamente como criaturas de Dios, diferentes pero igualmente valoradas, amadas y bendecidas por Dios. Hemos aprendido, a lo largo de toda una larga historia, a marcar diferencias. Nos hemos acostumbrado a valorarnos, y juzgarnos, de acuerdo a parámetros que nosotros establecemos sin siquiera  preguntar si son los que Dios aplica. Nos autorizamos y desautorizamos, a veces sin siquiera saber por qué. Y en vez de potenciar nuestros dones y entre todos aportar a la construcción del Reino de Dios nos lastimamos, golpeamos y reprimimos mutuamente.
Por otro lado, y también eso es absolutamente cierto,  el Espíritu de Dios sopla por encima de nuestras limitaciones. Y concede que en pequeños detalles, que a veces ni no son tan pequeños, podamos sentir entre nosotros las señales de que una vida acorde a los parámetros de Dios es posible. También entre nosotros. Hay miles y miles de personas que se juegan por su convicción, que trabajan incansablemente por la misión que les es encomendada y que brindan su apoyo a quienes así lo necesitan. Hay miles y miles de dones que son puestos a disposición del Reino. Y hay cambios que logramos hacer, entre todos, para dar testimonio de que ante los ojos de Dios no hay diferencia que marque posición. Y para proclamarle al mundo que, en Su gran familia de fe, todos tenemos nuestro lugar, cada uno así como es, cada uno así como Dios lo creó, cada uno con los muchos o pocos dones que Dios le dio.
Permítannos en este sentido y en este lugar hacer una mención especial de una realidad que con fuerza marcó una nueva etapa en la vida de nuestra comunidad de fe de hoy en día. Tal como lo mencionáramos al comienzo, hace exactamente 30 años atrás, el 04 de noviembre de 1984, en Castelar, fue ordenada al ministerio pastoral nuestra hermana Silvia Ramírez, convirtiéndose en la primera pastora mujer de nuestra Iglesia Evangélica del Río de la Plata. Silvia junto con otras valientes pioneras se animó a tomar el desafío de asumir un ministerio hasta entonces reservado para sus colegas varones. Y a partir de entonces le sucedieron otras muchas hermanas, ordenadas al ministerio pastoral tanto como al ministerio diaconal.
La hermana Febe fue diaconisa en la iglesia de Cencreas y Pablo la encomienda al cuidado de la comunidad a la cual es enviada. Lo hace a partir de la afirmación de que ella ha ayudado a muchos, y que corresponde ofrecerle ayuda también a ella. Y lo hace sobre la base del hecho de que así como cada encargado de mantenimiento, cada catequista, cada visitador, cada tesorero, cada coordinador juvenil y cada integrante de la Sociedad de Damas pone todo lo mejor de sí para aportar al crecimiento de la comunidad, así también lo hace cada persona ordenada al ministerio, independientemente de su condición personal. Y si Pablo exhorta a la pequeña e incipiente comunidad en Roma, hace 2000 años atrás, al cuidado de quienes comparten sus dones, sus virtudes, sus vidas con la comunidad, independientemente de sus condiciones particulares, cómo no vamos a responderle también nosotros con la misma atención, el mismo respeto y el mismo cuidado, de todos para con todos.

Hoy celebramos el Primer Domingo de Adviento. Con toda la expectativa de que Dios nos llevará por el mejor de los caminos iniciamos una nueva etapa en la vida de nuestro ciclo de fe. Queremos a partir de las ya no tan insignificantes palabras de saludo personal de Pablo a los romanos desafiarnos a recuperar el don de valorarnos mutuamente. A volver a reconocernos como hijos e hijas de Dios quienes cada uno de acuerdo a sus posibilidades ponemos todo a disposición del mandato de Dios de llevar el Evangelio hasta los confines de esta tierra. Queremos dejarnos contagiar de la humildad, la franqueza, la sencillez de corazón y la valentía de las primeras comunidades cristianas que se tenían mutuamente en cuenta, se ayudaban y se cuidaban. No porque eran todos amigos personales, sino porque se sentían parte de esa gran familia que sólo el Espíritu de Dios puede construir.
¡Qué nos podamos respetar!
¡Qué nos podamos recibir mutuamente en el nombre del Señor!
¡Qué nos podamos cuidar unos a otros!
¡Qué podamos poner un granito de arena en la noble tarea de construir el Reino de Dios!
¡Y qué la paz de nuestro Señor Jesucristo, que supera todo entendimiento, nos acompañe, ahora y siempre! Amén.”

Fuente: https://sustentabilidad.wordpress.com/2014/12/11/luciana-la-catequista-febe-mujeres-y-la-sustentabilidad-de-sus-iglesias/