METODOLOGIA

LEITURA DA BÍBLIA 
NA PERSPECTIVA DA MULHER

Lúcia Weiler apresenta sete “indicadores” hermenêuticos no processo de leitura da Bíblia na perspectiva da mulher. Em torno deles, gira o interesse das mulheres no ato de interpretar o texto bíblico.
(a) Ir além do texto escrito à memória viva de forma a perceber o papel relevante das mulheres no processo de transmissão das tradições orais do povo de Israel. Esta participação não pode ser subestimada.
(b) Superar o condicionamento do patriarcalismo, numa postura vigilante de suspeita ideológica. Sempre que o texto bíblico referir-se a mulheres, será necessário prestar atenção à ideologia de fundo.
(c) Explorar os silêncios e as omissões do texto, pois em certas perícopes bíblicas é clara a tendência a omitir, esconder e até diminuir a participação das mulheres.
(d) Superar a prática de ler apenas as perícopes relativas às mulheres que se destacam na Bíblia já que outras, tidas como menos importantes, também tiveram um papel destacado na história da salvação.
(e) Ler a partir de um eixo condutor: a opção da mulher pelo projeto de vida, já que as mulheres caracterizam-se por resistir “ao sistema opressor, seja no silêncio e anonimato, seja assumindo iniciativas e posicionamentos corajosos de oposição e resistência”.
(f) Tomar a prática histórica de Jesus como referencial e chave de leitura da Bíblia. Quebrando certos tabus da cultura da época, Jesus assumiu uma postura libertadora em relação às mulheres.
(g) Afirmar o feminino em Deus e a partir de Deus. Urge superar a linguagem acentuadamente masculina com que se fala de Deus e descobrir “a dimensão do feminino em Deus”, de forma a representá-lo a partir de novas categorias.

L. WEILER, “Uma leitura feminista da Bíblia – perspectivas hermenêuticas”,
Convergência 25 (1990) 273-282. Cf. tb. T. FRIGERIO, “Leitura feminista da Bíblia”, in VV. AA., Sentimos Deus de outra forma – Leitura bíblica feita por mulheres. São Leopoldo: CEBI, 1994, pp. 30 (Série A Palavra na vida, nº 75/76); T. M. V. SAMPAIO, “Elementos significativos da hermenêutica bíblica feminista”, Ibidem, pp. 52-58.

2 comentários:

  1. (a) Ir além do texto escrito à memória viva de forma a perceber o papel relevante das mulheres no processo de transmissão das tradições orais do povo de Israel. Esta participação não pode ser subestimada. Este INDICADOR también se tiene que aplicar al relato de los 500 Años de la Reforma, donde el papel de la mujer ha sido totalmente subestimado y su protagonismo aún es invisible. La figura propuesta de Catalina von Bora es totalmente machista porque es la mujer "ideal" porque no habla, no debate, no discute, lava la ropa, cocina y atiende a los niños. En cambio las mujeres como Katherina Zella y otras que han tenido posiciones valientes y muchas veces diferentes a los Reformadores han pasado al olvido.

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  2. (b) Superar o condicionamento do patriarcalismo, numa postura vigilante de suspeita ideológica. Sempre que o texto bíblico referir-se a mulheres, será necessário prestar atenção à ideologia de fundo. Este segundo indicador también tiene que ser aplicado a todo relato histórico. Trabajando el tema de las mujeres olvidadas de la Reforma me sorprende positivamente la cantidad de mujeres que desafiaron muchísimos riesgos y aún su vida por las propuestas centrales de la Reforma. El relato histórico ya no puede ser solo en versión masculina. Tenemos que rescatar el protagonismo bíblico, teológico y pastoral de las MUCHAS mujeres que también hicieron la Reforma

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