SEGUNDO BLOCO
NA CONSTRUÇÃO DE HERMENÊUTICA
NA CONSTRUÇÃO DE HERMENÊUTICA
E METODOLOGIA FEMINISTAS LUTERANAS
por Ivoni Richter Reimer
Com base na apresentação
no Encontro de Red de Luteranas
São Leopoldo – 2013
“Ler significa reler e compreender; cada um lê com os olhos que tem e interpreta a partir de onde os pés pisam” (BOFF, 1997)
ALGUNS RECORTES TEMPORAIS: um pouco de história da hermenêutica
ANTIGUIDADE GREGA CLÁSSICA
Autores clássicos, como Platão, entendiam que a hermenêutica se compunha de atividades intermediárias da compreensão entre deuses e homens [!]. Para que a hermenêutica pudesse traduzir, tornar compreensível a vontade dos deuses, ela precisava ser considerada como tékne “arte” e estava relacionada ao campo mântico-espiritual.
HERMENÊUTICA NO CRISTIANISMO ANTIGO E PATRÍSTICO
Desde as origens do cristianismo, o sentido básico da hermenêutica era o da interpretação, no sentido de explicar as Escrituras (Lc 24,27 - dierménein). Assim o entendia Jesus, o apóstolo Paulo, a missionária Priscila, a apóstola Júnia etc., quando anunciavam que as profecias se cumpriram em Cristo, o ungido de Deus. Grande parte do Novo Testamento é interpretação, citação e paráfrase de textos do Antigo Testamento.
No período da Patrística (Pais da Igreja, p.ex., Orígenes, Tertuliano), o sentido continuava praticamente igual. Havia, contudo, o esforço de fazer compreender um texto bíblico que pode ter sentido obscuro ou ininteligível por meio de um comentário um texto. Surgem, assim, os primeiros comentários escritos para explicar textos do Antigo e Novo Testamentos.
Começa-se a desenvolver, nessa época, uma relação entre hermenêutica como sendo a perspectiva / os óculos e a exegese, como regras e técnicas para compreender um texto.
Antiguidade e Patrística – síntese
· A verdade é estabelecida em função da AUTORIDADE que a detém (nomeação dos evangelhos e cartas – canonização)
· A fidelidade é garantida pelo AUTOR que está por detrás do texto e é guardada pela INSTITUIÇÃO (igreja)
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